O relato abaixo foi enviado ao Notícia Pescada por uma passageira da linha Rio/Angra. São linhas recheadas de insatisfação e revolta, que aqui encontraram espaço com o intuito de propor uma reflexão aos nossos leitores.
”Meu nome é Aparecida Fazanaro, residente no Rio de janeiro, 58 anos, e usuária há muitos anos da linha de ônibus Viação Costa Verde. Já cansei de reclamar para a empresa desta linha, única opção de transporte para a região. Até há pouco tempo, era o valor da passagem. Agora, algo ainda mais sério para mim.
Venho uma ou duas vezes por mês visitar parentes no bairro Areal. E tenho que me submeter a uma viagem com mais de duas horas de duração num ônibus sem banheiro. Para piorar, os motoristas não fazem paradas durante o trajeto. Já me informei sobre a lei, que diz em trecho com até duas horas de viagem não é necessário parar, mas tem que ter banheiro no ônibus.
Quem conhece esse trajeto sabe tão bem como eu que a viagem não dura menos que 2h15 minutos. Isso se não for feriado. Agora, com obras na Rio-Santos, já levei quatro horas para chegar ao Rio. Então pergunto: não seria obrigatório banheiros a bordo ou paradas obrigatórias?
No começo do ano, embarquei em angra às 10,30h, vinha de paraty para Niterói, com escala no Rio. O motorista não parou para os passageiros de Paraty descerem em Angra, nem parou em nenhum outro ponto até o Rio. Pegamos um engarrafamento, ele desviou por dentro de Itaguaí, e crianças começaram a chorar no ônibus. Motivo? Queriam ir ao banheiro! Aí o motorista parou no meio da cidade para que os pais levassem as crianças pra fazer suas necessidades. Onde? No meio da rua mesmo! Perguntei a mim mesma: os adultos devem fazer o mesmo????
Ao chegar ao Rio, o motorista me disse que não tinha permissão pra parar. Fui ao guichê e ouvi que quem decide a tal questão é o motorista. Coisa de maluco...
Isso ocorreu mais de uma vez. Não ousem perguntar no momento da compra, pois ouvirão a seguinte pérola: “se precisar pede pro motorista parar”.
Já tive vários problemas de saúde, sou hipertensa e tomo medicamentos controlados, entre eles um diurético. E aí, como fica? Devo fazer pipi na poltrona? Hoje, 30/10/2008, embarquei no Rio às 10h. O ônibus estava lotado e não tinha banheiro. Ao passar por Mangaratiba, em frente a uma cabine da empresa, uma parada para fiscalização. Mais uma vez, nada de banheiro. Perguntei ao fiscal e ouvi o seguinte: “a senhora poderia aguardar mais 40 minutos? Vou pedir ao motorista para parar”. Depois dessa eternidade, paramos num posto, ufaaaaaaaaa!!! Só que aí apareceu outro problema: um banheiro nojento, sem tranca, sem papel higiênico.
Mês passado fui ao médico, estava com dores nas costas e depois de realizar vários exames, detectou-se "cistite", um tipo de infecção urinária. O médico me disse que uma das razões pode ter sido segurar a vontade de urinar por períodos prolongados. Gastei R$ 97,00 em remédios.
Isso é justo? Quando alguém vai abrir uma concorrência para ter outra empresa no mesmo trecho, cobrando menos e dando condições dignas aos passageiros??? Cadê as autoridades, prefeito, vereadores??? Quais são os interesse escusos?????"
Nenhum comentário:
Postar um comentário